Nietzsche uma vez declarou considerar-se um autor póstumo. Dizia que sua obra seria lida e compreendida em um século e não enquanto fosse seu tempo de vida. Tinha razão parcial: hoje as pessoas o lêem e até o admiram, mas poucos o entendem de fato e não consigo compreender todo o respeito que recebe. Mas, enfim, não é sobre Nietzsch que quero falar.Como muitos sabem, sou fã-paga-pau de muitas pessoas no mundo cultural. Mas, sou fã-especialista de poucas coisas nesse mesmo mundo cultural. Uma delas é Tolkien. Embora eu não manjo tanto de Tolkien como eu gostaria, ainda assim sei pesquisar muitas fontes dentro de sua obra. Por essa razão, quero falar sobre sua obra póstuma (alardeada, muitas vezes, como maior que sua obra em vida).J. R. R. Tolkien nasceu na Africa do Sul em 1892, mas em poucos anos sua família voltou para a Inglaterra. Aapaixonado pelas antigas de seu país e pela "pobreza" (?) mitológica do passado de toda a Grã-Bretanha, decidiu construir canções e contos épicos para preencher essa lacuna. Claro que ele escreveu outras coisas, mas desde cedo seu foco foi o que viria a se tornar o medlo de fantasia medieval e uma das obras mais consumidas de todos os tempos.Suas primeiras publicações, ainda no início da década de 10, foram alguns poemas não muito conhecidos ou importantes: "Battle of the Eastern Fields", "From the many-willow'd margin of the immemorial Thames", "Goblin feet" (para sua então namorada e futura esposa), "Happy Mariners", "The hoard"(numa versão em inglês arcaico), "City of gods", "The errantry", "Dragon's visit" e alguns outros. Muitos dessas obras foram compiladas no livro "As aventuras de Tom Bombadil", de 1962. Nesse livro, constam 16 poesias sobre a terra-média, supostamente compostas pelos hobbits Biblo Bolseiro, Frodo Bolseiro ou Sam Gamgee.Esse "Aventuras de Tom Bombadil" (inédito no Brasil, mas em edição portuguesa desde a década de 80) veio para suprir a falta que o público sentia de mais eventos na terra-média. Tolkien e seus editores, prefeririam lançar o "Silmarillion", contando toda a história da criação do mundo e a primeira era do Sol, mas o livro nunca ficava pronto. Agora, perguntem-me, que falta é essa que o público sentia?Em 1930, Tolkien começou a escrever o que se tornaria "O Hobbit", lançado sé em 1937. O livro infantil fez um estrondoso sucesso e a editora decidiu que Tolkien deveria continuar a narrar aventuras de hobbits na Terra-média. Assim, ele pensou e começou a escrever "O Retorno da Sombra", misturando hobbits com a mitologia que estava criando para a Inglaterra. Essa mitologia vinha sendo escrita desde 1914 com o título de "Book of Lost Tales". Tolkien terminou de escrevê-la em 1923, mas pensou que poderia melhorá-la e fazer dela um mitologia para os primeiros dias do mundo como um todo, e não do seu país. Dessa forma, todas as mitologias deveriam estar contidas ali, bem como todos os heróis e histórias. Por essa razão, tornou a reescrever tais contos, chamando-os de "Silmarillion"."O retorno da Sombra" contaria a história de uma viagem de Bilbo Bolseiro em busca de mais dinheiro. Mas, espere, seu dinheiro não tinha acabdo! Ok, então, Bilbo viajaria pelo Grande Mar. Mas, por quê? Então, que tal se o Condado fosse atacada por um exército de dragões? Não ficaria bem, Tolkien precisava de outra história...Foi então que se lembrou de haver altos-elfos no "Hobbit". E havia necromantes e jóias mágicas. E, o que mais aquele anel que Bilbo pegou de Gollum poderia fazer? Assim, "O Retorno das sombras"cresceu e mudou de nome. "O Senhor dos Anéis" tomaria rumos ainda muito diferentes. Gollum, de amigo passaria a vilão; os ents, de traidores passariam a amigos; Passolargo, de hobbit passaria a rei de Gondor, etc, etc etc..."O senhor dos anéis" se tornou "A sociedade do anel", "A traição de Isengard" e "A guerra do anel", ops... tudo mudou mais uma vez até se tornar "A sociedade do anel", "As duas torres" e "O retorno do rei". E assim, em 1954, depois de quatro anos de seu término, a trilogia mais famosa da literatura foi publicada. Porém, e entre 1937 e 1954, o público abandonou a Terra-média?Sim e não. A editora impaciente com a demora de tolkien em terminar a continuação do "Hobbit", comprou os direitos de outras obras infantis ou de fantasia de Tolkien: "Folha, de Niggle" (de 1945), "Mestre Giles de Ham" e "Ferreiro de Wooton Major" (ambos de 1949). Esses excelentes contos nada falam sobre a terra-média (talvez, os dois últimos, em especial o último, esbarre um pouco naquele universo), mas fizeram um sucesso relativo na época em que foram lançados permitindo que um livro infantil ilustrado fosse lançado: "Mr. Bliss" (igonarado por muitos fãs do autor, por se tratar de carros explodindo e asfixiando as pessoas em Oxford).Se o "Silmarrilion já vinha sendo reescrito a partir da década de 20 até o início da década de 30, com a retomada de Tolkien ao universo do "Hobbit", era hora de começar a escrever pela terceira vez o corpo histórico da Terra-média (agora, sob o nome "Qenta noldorinwo"). Essa foi a única versão que Tolkien completou do "Silmarillion", mas ela só veria a luz décadas depois. Por que? Por que Tolkien, obsessivo e perfeccionista como era, se aprofundou mais uma vez dentro do mundo que desenvolveu e resolveu que "Senhor dos Anéis" continha ingongruências com o "Qenta noldorinwo". O que ele fez? Simples e óbvio: começou a reescever o "Silmarillion". Essa seria a quarta (!) e última vez.Mas Tolkien simplesmente não conseguia chegar a um fim. As línguas do elfos mudavam, logo os nomes e as histórias dos nomes mudavam; mais histórias chegavam e precisavam ser incorporadas; os hobbits, magos, anéis e ents precisavam fazer parte daquele passado de alguma forma; toda a série de poesias sobre a Primeira Era precisava se tornar uma prosa coerente; as sagas da Segunda e da Terceira Era precisavam de espaços e motivos para acontecerem; etc, etc etc...E Tolkien ainda tinha uma família, tinha um emprego, tinha amigos, tinha uma vida. Não podia só ficar escrevendo. Mesmo assim, ele escrevia sem parar. Escrevia ensaios sobre lembas, anais históricos da segunda era ou de Valinor, escrevia contos de viagens no tempo onde alguém via a queda de Númenor ou participava da última aliança entre homens e elfos contra Sauron, escrevia contos sobre os homens-selvagens da Terra-média, escrevia sobre os deuses ou a forma do mundo, escrevia sobre os Magos, escrevia sobre as viagens de Galadriel, etc etc etc... Até que, reuniu cinco contos que contava para seus filhos quando criança e publicou "Roverandom" (sobre um cachorro que viaha ao fundo do mar e à Lua). Também publicou críticas e ensaios sobre contos de fadas e narrativas épicas em versos. Publicou traduções de "Beowulf", "Sir Gawain" e "Beorthnoth". E ainda, em 1967, escreveu alguns textos para acompanhar o livro "Road goes ever on" de Donald Swann, com partituras musicando poemas do "Senhor dos Anéis".Claro que Tolkien morreria sem acabar "O Silmarillion" em 1973. Também deixava inacabado outros contos e romances, como "The New Shadow" (continuando o "Senhor do Anéis"). Havia ainda "Tal-Emar", um romance sobre a segunda era, inacabado, bem como uma novelização do conto de Túrin Turambar, filho de Húrin.E o que aconteceu com todo esse material? Para muitos, nunca exisitiu de fato (mas foram inventados pelo filho Christopher Tolkien). Para aqueles que leram a biografia de Tolkien e suas cartas, sabe-se que esse material ficava engavetado na garagem de sua casa na rua Sandfield Road, 66. Assim, em 1977, depois de anos ajudando seu pai e anos compilando suas notas espasras após a morte, Christopher Tolkien publicou "O Silmarillion". A obra estava completa e acertada (alguns pontos form resumidos por estarem incompletos, outros foram juntados com as versões antigas por estarem incoerentes). A obra estava completa (reafirmo): "O Hobbit", "O Senhor dos Anéis" e "O Silmarillion". Ou, em ordem cronológica, "O Silmarillion" (contando os primeiros dias do mundo), "O Hobbit" (fazendo um curioso interlúdio para) "O Senhor dos Anéis" (mostrando como acabava os tempos antigos de nosso mundo).Depois disso, em 1981, Christopher mostraria ao mundo os "Contos Inacabados de Númenor e da Terra-Média", reunindo todos os ensaios, contos e versões que tolkien pretendia ter terminado enquanto em vida mas não terminou. Porém, ainda faltava algo, e de 1987 até 1999, a série "History of Middle-Earth" (ou HoME, para os íntimos) foi lançada em 12 volumes que revelava todo o processo de criação de Tolkien, bem como todas as versões de suas obras (incluindo os primeiros "Silmarillion"s, o que poderia ter sido o "Senhor dos Anéis" e contos e ensaios abandonados e inéditos, revelando muito do que poderia ter sido a segunda ou a quarta-era da Terra Média).Bem, o texto é grande e findo aqui dizendo que Christopher ainda publicou o romance completo de Turin Turambar (sob o nome de "Filhos de Húrin", de 2006, ainda inédito no Brasil mas com edição portuguesa). Christopher ainda, diz que já encontrou pequenas anotações que não serviriam o suficiente para um "Contos Inacabados 2" ou HoME 13. Agora, ainda há quem não acredite ser tolkien o autor desses 15 livros póstumos. Entretanto, qualquer um que estude com cuidado o assunto e veja cartas e entrevistas de quando Tolkien estava vivo, sabe da realidade dessa obra póstuma (de fato, maior que a em vida). Além disso, se fosse uma invenção caça-níquel (como comumente se vê com outros autores), poderíamos dizer que Christopher a faz muito bem feita!
Grupo de amigos que discutem Tolkien e suas obras em Ribeirão Preto-SP. Diga "amigo" e entre.
sábado, 29 de janeiro de 2011
"O hobbit": livro problema (?)
A viagem de Earendil e a criação de Arda pelos versos
Tom Bombadil e o Homem da Lua
Arien não só ocupava o brilho das antigas lâmpadas ou das árvores que foram destruídas por Melkor, no início dos tempos, antes dos homens nascere. Arien também foi a motivação para que um personagem folclórico surgisse na obra de Tolkein. Em toda a obra, literalmente. O Homem-da-Lua é um personagem recorrente que pertence a universo algum. Tanto habita a Terra-média como outras histórias sobre o nosso mundo, conforme veremos.
A primeira referência pode ser encontrada no "Senhor dos anéis", quando os hobbits cantam sobre ele no Pônei Saltitante, aquela estalagem em Bri. Aquelas mesmas canções, podems er encontradas no livro "As aventuras de Tom Bombadil". Lá, em dois poemas ambos atribuídos a Bilbo, ficamos sabendo como o Homem-da-Lua veste prata e de prata é sua barba e seu cabelo. De prata é a chava que abre as portas de marfim que leva até a escada que desce ora sobre um monte, ora sobre o mar. E o Homem-da-Lua, adornado com pedras preciosas sente falta de cores e de comida, mas costuma mesmo é descer cedo para beber da melhor cerveja, mas nunca no Yule (o natal, para quem ainda não sabe), pois ninguém lhe abre protas no frio. Sabe-se, também, que às vezes bebe demais e tem acordar muito cedo, de ressaca, apra voltar para Lua antes do dia nascer (o que uma vez acabou por deixar que uma vaca chegasse até a Lua).
Uma história tão hilária assim, não poderia ficar restrita a um livro adulto, como "O senhor dos anéis", portanto, não é de se espantar que o encontremos em "Roverandom", aquele livro que Tolkien escreveu apra seu filho Michael, quando este perdeu seu cachorro de brinquedo. O livro conta como um cachorro é transformado em brinquedo e acaba por viver grandes aventuras no fundo do amr e até na Lua, onde mora um dragão e um feiticeiro (que tem algo de Gandalf, assim como os outros feiticeiros da história). Mas, o mais curioso é que entre espinheiros e aranhas (em citações a Shakespeare e alguns contos de fadas), o cão Rover encontra um outro Rover (um cão-da-Lua) e o próprio Homem-da-Lua, que o ajuda a descer para o mar (uma vez que há um caminho que liga o mar até a Lua). E, se não bastasse isso, entre outras coisas, sabe-se como foguetes de festa escureceram a Lua e permitiram um eclipse (fato que, de fato, ocorreu enquanto Tolkien escrevia a história).
Qual a importância dese eclipse? Bem, nas "Letters from Father Christmas", o Homem-da-Lua desce para Terra por conta de uns foguetes que escureceram a Lua e permitiram o eclipse. Esse livro, na verdade, se trata de uma compilação de cartas que Tolkien escreveu para seus filhos por mais de vinte anos, como se fossem de autoria do Papai Noel. Um livro sensível e divertido, com várias histórias e ilustrações, que tem como personagens principais o Papai Noel, Polka um urso polar, orcs malignos e um elfo ajudante do Papai Noel chamado Ilbereth. Um nome muito semelhante a Elberteh, não é mesmo? Elbereth foi um dos nomes dado a Varda, uma vala cujo título significa "Rainha das estrelas".
E entre tantas referências que Tolkien fazia a Terra-Média em suas obras infantis, somos levados a esbarrar em poemas e brinquedos. Dessa forma, fica claro que o final dessa jornada seria Tom Bombadil, talvez o personagem mais enigmático do "Senhor dos anéis". Durante três apítulos do livro (que o próprio autor descreveu como fora do clima e da própria história), travamos contato com esse personagem brincalhão e alienado, que parece só querer cantar e conlher nenúfares para sua esposa (a também enigmáica Fruta D'ouro). Tranjando botas amrelas, jaqueta azul e um chapéu de abas largas com uma pena de ganso (vestimenta quase idêntica ao mago da areia Psmathos Psmathides, do "Rovernadom"), tudo o que ficamos sabendo sobre Tom Bombadil é que ele não é nem humano e tão pouco um hobbit. Pertence a raça alguma é o senhor da Floresta Velha. Por alguma razão, a guerra do Anel não o interessa e sequer Sauron ou o Anel surtem algum efeito mínimo sobre ele. Tom Bombadil está na Terra-Média desde o início e provavelmente será o último morrer, sendo, portanto, o mais velho (como o chamam os elfos).
Curioso por mais informações no intuito de descobrir quem, afinal, é Tom Bombadil, qualquer leitor pode procurar "As aventuras de Tom Bombadil". Entretanto, as divertidas poesias que se encontram lá, nada ou quase nada acrescentam para resolver o mistério. Na verdade, só ficamos mais curioso a respeito desse personagem que desafia os (possíveis) huorns que vivem em suas terras, bem como as aparições de príncipes Cardolans mortos e traidores, enterrados na COlina dos Túmulos, tão perto da Floresta Velha. Sabemos também como ele se encantou imediatamente pela Fruta D'Ouro e fez de tudo para consquistá-la e lhe dar um linda cerimonial e vida de casamento. E os dois parecem ser felizes juntos, principalmente quando sozinhos. Muito embora, Tom Bombadil, que canta sobre si mesmo, faça visitas a alguns amigos animais e ao fazendeiro Maggot (aquele mesmo que cria cogumelos e que perseguia Frodo quando criança). A dúvida a mais que surge é: o Rio é um homem ou uma mulher? Não fica claro em nenhum momento, mas muita coisa aponta as duas possibilidades. Sobre annimais falantes, isso pode ser visto no "Hobbit" e no próprio "Senhor dos anéis".
Então, como resolver Tom Bombadil? Tolkien já disse que ele não é um valar ou o próprio criador Eru Iluvatar. Ninguém mais ousa considerar a hipóteses metafísica de Tom Bombadil fosse o próprio Tolkien. Então, só nos resta fazer um resgat de como o personagem foi criado. E, mais uma vez, um brinquedo do filho Michael entra na história. Era um boneco holandês com uma pena no chapéu. Certa vez, o filho mais velho de Tolkien, John, por não gostar desse boneco, jogou-a na privada. mas, Tom Bombadil conseguiu ser salvo e se tornou o herói de uma história que iria encantar toda a família. A história se passava nos dias do Rei Bonhedig (que ninguém tem a menor idéia de quem seja) e... bem, a história acabava aí. Depos disso, Tom Bombadil virou o personagem de um poema ("As aventuras de Tom Bombadil") em 1932, anos antes de Tolkien pensar em escrever sobre hobbits ou anéis mágicos.
Entretanto, sem nenhum elemento da sua Terra-Média ou do seu "Silmarillion", Tolkien ofereceu os poemas e aventuras de Tom Bombadil (que iriam muito mais longe do que foi) como uma possível continuação para o "Hobbit", mas os editores não ficaram entusiasmados. Tolkien compreendia, assumindo que Tom Bombadil, na verdade, representava o espírito da região campestre de Oxford e Berkshire, que já haviam chego a sua ascensão e agora minguavam. De qualquer forma, aqui vemos, mais uma vez, como de fato Tom Bombadil era o senhor de um lugar e de um tempo, sendo o próprio lugar e o o próprio tempo, na verdade. Assim, Tom Bombadil é a Floresta Velha (enquanto Fruta D'Ouro é o rio Voltavime que cruza a floresta, da mesma forma que Caradhras, aquela montanha ranzinza que ataca a Sociedade do Anel).
Portanto, assim como Tolkien inseriu diversos elementos de sua mitologia particular nas suas obras paralelas (conforme apontei no tópico sobre o "Hobbit"), parece que ele também aproveitou e inseriu elementos d eoutras obras suas naquelas relativas a sua mitologia (conforme também se iniciou a discutir no post sobre o "Hobbit"). Então, entre brinquedos e histórias para família, entre folclore e poesias, a Terra-Média (e toda a obra de Tolkien) é constituída disto: de Tom Bombadil e de Homem-da-Lua.
Inklings: da Terra Média para o Espaço
O "novo Hobbit": mais do mesmo (?)
Comemorando, atraso, o primeiro aniversário desse novo formato do blog, resolvi retomar um dos meus primeiros posts aqui. Agora, ao invés de apontar os problemas que "O hobbit" causou na obra e na Terra-média de Tolkien, quero mostrar que as ligações entre esse livro e o "Senhor dos anéis" são maiores do que julga sua vã filosofia. E não estou me referindo as ligações encontradas nos apêndices ou nos "Contos inacabados". Me refiro a como Tolkien levou ao pé da letra o pedido de seu editor para que, em 1937, escrevesse um 'novo "Hobbit"'.
Se quando Tolkein releu e revisou o "Hobbit" para a publicação da "Sociedade do anel" ele sentiu vontade de reescrever todo o seu primeiro livro novamente, penso que um dos motivos que o levou a desistir pode ser o fato de que ela já havia feito isso. Sim, minha idéia é justamente essa: mostrar como os dois livros se parecem, muito mais do que a presença de hobbits como protagonistas lidando com anéis mágicos e orcs a serviço da força das trevas. E digo isso embasado na minha recente (e sétima) leitura do "Hobbit" (já "O senhor dos anéis" só li seis vezes, sendo a última no ano passado, mas muita coisa ainda está fresca na mente, graças a ajuda dos filmes).
Tomemos como ponto de partida e, consequentemente, ponto principal, a estrutura da história dos livros. "O hobbit" começa no Condado, quando um pacato hobbit se vê envolvido em uma missão que não é sua graças ao mago Gandalf. Ele parte em um grupo com anões e, logo de cara, enfrenta um grupo de monstros (no caso, trolls). Logo depois, acaba na casa de Elrond, em Valfenda, e de lá parte para as Montanhas Sombrias, onde enfrenta orcs a mando do Necromante (que depois descubriríamos ser Sauron).
Ainda está me acompanhando? Pois bem, de posse do Anel, o grupo sai da morada dos monstros e encontra um lugar amigo que os recebe (a casa de Beorn), que fica a beira de uma floresta. E depois de atravessarem a floresta chegam a um reino de humanos. De lá, parte para o fim da jornada (a perdida Montanha Solitária, onde vive o vilão da história, o dragão Smaug, que é morto por um personagem secundário em uma passagem que mal é mostrada). Então, o livro e a história poderiam acabar aí, mas uma surpresa aguarda os leitores nos capítulos finais do livro: o hobbit se vê envolvido em uma guerra por tesouros e territórios, onde as mais diferentes raças se reúnem.
"O hobbit" acaba com Bilbo (o protagonista, diga-se de passagem) confortavelmente em casa. Mas ficamos sabendo que 60 anos se passaram e o Anel encontrado trouxe problemas ao mundo, graças ao retorno de Sauron (aquele Necromante citado acima), seu legítimo dono que se sentiu roubado (igual ao Gollum, antigo portador do Anel antes de Bilbo). E é aí que começa "O senhor dos anéis", cuja história pode ser contada seguinte forma:
Um pacato hobbit do Condado se vê em uma missão que não é sua graças ao mago Gandalf. Ele parte em grupo, que mais tarde teria um anão, e logo de cara, enfrenta um grupo de monstros (no caso, Nâzgul, mas ele passa bem perto de onde estavam os trolls). Logo depois, ele acaba na casa de Elrond, em Valfenda, e de lá parte para Moria (nas Montanhas Sombrias), onde enfrenta orcs a mando de Sauron, e um dos personagens (Gandalf) enfrenta sozinho uma criatura das profundezas (dessa vez, um Balrog, e não o Gollum).
Por fim, o grupo sai da morada dos monstros e encontra um lugar amigo que os recebe na floresta de Lothlórien (bem perto da Floresta das Trevas, onde acontece o "Hobbit"). E depois de atravessarem a floresta (e se separarem) uma parte do grupo chega a um reino de humanos (Rohan) enquanto outra parte para o final da jornada, até a solitária Montanha da Perdição, em Mordor, onde vive o vilão da história, Sauron, que é morto em uma passagem sequer mostrada). Então, o livro e a história poderiam acabar por aí, mas uma surpresa aguarda os leitores nos capítulos finais do livro: o hobbit se vê envolvido em uma guerra por tesouros e territórios, onde raças diferentes se unem (uma passagem, aliás, que se eu ainda não escrevi nada sobre ela no blog, em breve escreverei, e que inclui um vilão sendo morto por um personagem secundário).
"O senhor dos anéis" acaba com Sam, um dos hobbits protagonistas, confortavelmente em casa. E depois ficamos sabendo que muita coisa aconteceu em seu futuro, mas isso não vem ao caso, o que vem ao acaso é que o jogo de luz e sombra, como aponta o ilustrador Alan Lee, é praticamente o mesmo, e da mesma forma, na duas obras. Agora, se isso não basta para convencê-los, meus caros, que tal analisar o fato de Gandalf ficar aparecendo e sumindo ao longo do dois livros? Sim, tanto no "Hobbit" como no "Senhor dos anéis", Gandalf some no início da aventura para procurar informações e enfrentar o vilão(o necromante no "Hobbit" e Saruman no "Senhor dos anéis")) e depois re-aparece em Valfenda, para sumir novamente na saída das Montanhas Solitárias ao enfrentar um vilão (o Necromante no "Hobbit" e o balrog no "Senhor dos anéis"), para, finalmente, ressurgir com força total e com importância decisiva nas batalhas junto ao reino dos homens.
E isso, de alguma forma, tira a magia do "Senhor dos anéis" ou de Tolkien? Não, de forma alguma. Isso é apenas uma porta de interpretação aberta, como a porta de Moria (no "Senhor dos anéis") ou a porta da Montanha Solitária (no "Hobbit"), que ambas estão fechadas, cabe ao intruso sentar na frente e aguardar a resposta ocasional de como abri-la.
Quem são os Nazgul?
Tudo isso é bem conhecido. A dúvida mesmo fica por conta de quem são os nazgûl e tudo o que o "Senhor dos anéis" nos informa é que são Homens corrompidos pelo poder dos Anéis de Poder. Homens gananciosos por riqueza, poder e longevidade, que se deixaram seduzir pelos tais "nove para Homens mortais, fadados ao eterno sono", dos quais falam os conhecidos versos. E esse nove, por sua vez, estavam subjugados pelo famoso "um anel para todos governar, um anel para encontrá-los, um anel para a todos trazer e na escuridão aprisioná-los".
Mais do que isso, ficamos sabendo que seus corpos definharam e suas almas se distorceram, aprisionados por Sauron e suas falsas promessas. E sabemos também, através dos "Contos inacabados de Númenor e da Terra Média" que o segundo nazgûl em comando se chama Khamûl, a "sombra do leste" (na língua negra dos orcs), que tem esse nome graças ao fato de ele provavelmente ter sido um membro do povo Balchoth que habitava a região outrora conhecida como Hithlum. É Khamûl quem assume o ataque dos outros nazgûl quando o Rei dos Bruxos cai na Batalha de Pelennor.
E quem é esse tal de Rei dos Bruxos? Ele é o Senhor dos Nazgûl, o Capitão Negro, A Sombra de Morgul. Seu título de Rei se deve primeiro ao reino de Angmar, nas Montanhas Cinzentas, onde trouxe caos e destruição para o Norte, até fugir para Mordor, ao Sul. Logo depois, seu reinado de horror retornou em Dol Guldur, trazendo maldições para a Floresta das Trevas. E seu título de bruxo se deve as artes de feitiçaria e bruxaria que praticava, que espalhava e que ensinava onde quer que estivesse para os homens de coração negro.
Mas nem só por isso o Rei dos Bruxos tinha esse título, afinal, ele, assim como os outros nazgûl, foram homens de poder enquanto vivos. Homens que ocupavam papéis importantes na sociedade em que viviam. E possivelmente, o Rei dos Bruxos teria sido um homem de Númenor. Talvez, até um rei. Mas então, que rei seria esse? Como ninguém soube? É aqui que começa minha investigação., meu ensaio. Penso que se eu consegui levantar uma teoria satisfatória sobre Tom Bombadil o resto é fácil. E atendendo ao pedido de um amigo, me proponho a destrinhcar um outra teoria incomum sobre a obra de Tolkien.
Pois bem, é sabido (conforme exposto acima) que os anéis de poder surgiram por volta do ano 1500 da Segunda Era. Porém, a sombra de Sauron só caiu sobre Númenor por volta de 1800. Como eram necessários dezenas de anos (ou até mesmo séculos, caso de anões, hobbits e tatlvez um númenoreano) para ser totalmente corrompido pelo poder de um anel mágico e se submeter a vontade Sauron, os nazgûl só foram surgir abertamente no ano de 2251. Com isso, o que temos até agora? Temos que Sauron necessitou pairar sua sombra sobre Númenor, antes de conquistar espaço e confiança o suficiente para encontrar um númenoreano que aceitasse um anel de poder. Mais ainda, foi necessário esperar um bom tempo até que o escolhido se definhasse ao ponto de se tornar um Espectro do Anel e se revelar para a Terra Média. A menos, é claro, que Sauron rapidamente encontrasse um númenoreano ambicioso e facilmente sucetível a corrupção (o que, convenhamos, não era algo difícil de se achar). E também temos a possibilidade de Sauron não ter esperado que o númenoreano se definhasse totalmente até revelá-los em todo o seu poder. Com isso, temos de fato um margem de cerca de 400 anos entre um homem ser escolhido e se tornar um Cavaleiro Negro.
Mas qual númenoreano poderia ser o Rei dos Bruxos? Se pensarmos que foi um rei de Númenor nossas opções de reis para aquela margem de tempo são Tar-Minastir, Tar-Ciryatan e Tar-Atanamir. Para facilitar um pouco as coisas para nós, podemos descartar Tar-Minastir sem problema algum por dois motivos: primeiro, a data em que entregou seu cetro e a data de sua morte são muito longe do surgimento dos nazgûl e muito próximas da chega da sombra de Sauron à Númenor; o segundo e mais consistente motivo é o fato de ter enviado uma esquadra para auxiliar Gil-Glad na primeira guerra contra Sauron.
Sobra nos agora apenas duas opções (a menos que consideremos que a inveja de Minastir pelos elfos e o fato de ter morrido ainda de posse do cetro como marcas de Sauron sobre si). A primeira delas é Tar-Ciryatan, que governou do ano 1869 até o ano 2029, um tempo bem propício para aprovar nossa teoria de que um rei númenoreano seria o Rei dos Bruxos. Outros pontos que corroboram os fatos é que Ciryatan tomou o cetro de seu pai a força e era tão sedento por riqueza e tão poderoso que oprimia os homens da Terra Média em troca de pedras e metais preciosos, de forma a construir uma gigantesca esquadra naval. Acredita-se que ele seja a primeira manifestação da sombra de Sauron contra a paz de Númenor.Então, eis que nos deparamos com Tar-Atanamir, o Grande.
Atanamir nasceu em 1800 e reinou de 2029 até 2221 (lembrando, sempre, que númenoreanos vivem muito mais que um homem comum, graças a linhagem élfica e a escolha de seu ancestral Elros, irmão de Elrond). Durante esse reinado de 192 anos, Atanamir cobrou uma elevada tributação dos homens das costas da Terra Média, mostrando-se ainda mais ganancioso que seu pai. E mostrou-se também mais orgulhoso, quando declarou abertamente seu ódio para com os elfos e seu desejo para que os Valar se afastassem da vida dos númenoreanos. Além de Grande, Atanamir ganhou a alcunha de Petinaz, uma vez que morreu antes de entregar o cetro, já que recusava-se a deixar de reinar ou mesmo a morrer, fazendo dele uma boa opção para o Rei dos Bruxos.
Uma terceira opção, não levantada anteriormente, seria Tar-Ancalimon, que governou até 2386. Claro que essa opção só será possível se acreditarmos que Ancalimon se tornou o Rei dos Bruxos ainda antes de definhar completamente. Ou se pensarmos que o Rei dos Bruxos não se manifestou junto com os outros nazgûl. De qualquer forma, Ancalimon se mostra uma boa opção quando pensamos na cisão que ele criou entre os homens que tinham amizade pelos elfos e homens que o seguiam na luta contra tudo o que fosse de origem élfica. Tal separação originaria, mais tarde, os portos de Umbar (para os númenoreanos) e de Pelargir (para os númenoreanos Fiéis aos Valar).
Como resolver essa dúvida? Bem, ao meu ver a resposta se encontra espalhada entre o "Silmarillion", "o Senhor dos anéis" e o décimo segundo (e último) volume da série "History of Middle Earth", o "The peoples of Middel Earth". Bem, a primeira coisa seria descartar todas as opções acima citadas. Porquê? ora, porque nenhum rei númenoriano forjou a própria morte ou teve seu corpo desaparecido. Logo, nenhum rei númenoriano foi o Rei dos Bruxos. E isso torna todo o texto escrito até agora inútil? De forma alguma, ele serve como suporte para apoiar um teoria.
A teoria de que o Rei dos Bruxos não era um propriamente um rei, mas um dos homens do rei. Ou seja, um homem influente, como Sauron desejava, mas que não chamasse a atenção. E quem poderia ter sido esse homem? A respostat virá com o entendimento dos elementos surgidos a partir da cisão entre Númenor e os Valar, e da criação do porto de Umbar.
Com o "Silmarillion" e o "Senhor dos anéis", ficamos sabendo que antes da queda de Númenor, alguns númenorianos, mas tarde conhecidos como númenorianos negros, migraram para Umbar e lá regeram os homens, migrando novamente depois para o Sul, para Harad. Entre os númenorianos negros mais famosos está o poderoso mensageiro Boca de Sauron, só para termos uma idéia do que estamos falando.
Pois bem, quando vasculhamos o "The peoples of Middle Earth", encontramos textos incabados por Tolkien ou textos rejeitados por Tolkein mas acolhidos por seu filho e editor Christopher. Entre esses textos, encontramos um chamado "The new shadow", que trata de eventos ocorridos 220 anos depois do "Senhor dos anéis". O breve conto seria uma novela de suspense que serviria como continuação apra a história da Terra Média, mas Tolkien acreditava que novas histórias de medo não poderiam mais ser contadas nos tempos de paz.
E o que isso tem a ver com nossa teoria? Tem a ver que nessa história descobrimos que uma espécie de seita "satânica" conhecida como Árvore Negra, cultuava as forças opostas aos Valar e aos ideais de Gondor (ou seja, aos ideais de Eldarion, filho de Aragorn, de linhagem de númenor e amigo dos elfos). Estamos chegando perto agora, não é? Creio que para concluir só falta uma referência: o nome mais invocado pela Árvore Negra, em segredo, é o nome de Herumor (o "Senhor escuro" em quenya, a língua mais nobre dos elfos e que continuou sendo usada em Númenor por medo, mesmo depois de declarado o ódio pelo povo élfico).
Para quem não sabe ou não ligou as pontas, Herumor é um númenoriano negro que aportou em Umbar e foi se unir aos haradrin, ainda durante o reinado de Tar-Ancalimon, embora seja bem provável que ele já vivesse desde o início do reinado de Tar-Atanamir. Por conta disso, não é à toa que os haradin apoiaram Sauron e o reino de Mordor, vizinho do reino de Harad.
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Filmagens de O Hobbit adiadas novamente
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
Christopher Lee de volta como Saruman, o Branco
sexta-feira, 21 de janeiro de 2011
domingo, 2 de janeiro de 2011
Tolkien: 3º lugar dentre as personalidades mortas mais lucrativas
Os 1º e 2º lugares pertencem a Michael Jackson e Elvis Presley, respectivamente.
Em 3º lugar está.... J.R.R.Tolkien.
Segundo a matéria: "3º colocado, o britânico JR Tolkien (1892-1973) escreveu a saga 'Senhor dos Aneis', que teve continuação com 'The Hobbit' - livro que está virando filme, em produção na Nova Zelândia. Somente no último ano, segundo a empresa Nielsen, o escritor vendeu 500 mil cópias de suas obras. Tem espólio avaliado em US$ 50 milhões".
É triste saber que ele mesmo não desfrutou disso.
Confirmado: Howard Shore fará a trilha sonora de "O Hobbit"
Howard Shore, compositor responsável por toda trilha sonora da trilogia “O Senhor dos Anéis”, voltará à Terra Média nos duas partes de “O Hobbit”.
Em outras palavras, teremos novas músicas para nos emocionar.
A notícia é do "Cinema com Rapadura"
Orlando Bloom em "Os Três Mosqueteiros"
Sean Astin e Billy Boyd com Dorothy Gale, de O Mágico de Oz
Viggo Mortensen em "Torre Negra"?
Aliás, se isso se concretizar, teremos dois atores que estiveram juntos em “O Senhor dos Anéis”, pois Andy (Gollum) Serkis também fará parte do filme.
... e as testemunhas do casamento...
Elijah (Frodo) Wood e Dominic (Merry) Monaghan foram padrinhos.
(seria muito bom se toda a Comitiva estive na foto).
Quem quiser dar uma olhadela no site (http://www.dailymail.co.uk/tvshowbiz/article-1342524/Dominic-Monaghan-Elijah-Wood-Lord-Of-The-Rings-star-Billy-Boyds-wedding.html), poderá ver outras fotos legais (a noiva [eu adorei o vestido], o filho do Billy e Monaghancarregando o bolo, por exemplo).
Pippin" se casa
Ele se casou no último dia 29 com Ali McKinnon, num centro cultural (que fica na esquina de sua casa) chamada... Oran Mor (parece algum idioma tolkieniano, mas não é).
Agora, o fato interessante. Uma surpresa, para falar a verdade. Na Grã-Bretanha, Billy Boyd foi eleito o solteirão mais cobiçado que o próprio Príncipe William!!!
A notícia é da MTV.
Guillermo del Toro admite "coração partido" por "O Hobbit"
Guillermo del Toro não está arrependido de ter desistido de realizar «O Hobbit», prelúdio da trilogia «O Senhor dos Anéis», mas admite ter o «coração partido» agora, que se inicia a produção. «Uma parte de mim foi destruída para sempre», dramatizou.
«Recolocar a família inteira, a vida e a casa por um período tão longo sem qualquer certeza de que o filme iria ser feito, ou quando, começou a tornar- se muito preocupante», explicou o cineasta, referindo-se aos atrasos nas filmagens. «Mas acredito que foi o melhor para mim e para o projecto», concluiu, em declarações ao The Independent.
Del Toro desistiu do filme no início deste ano, quando a situação financeira da MGM começou a provocar adiamentos sucessivos no projecto, cuja realização chegou mesmo a ser posta em causa. Recentemente, James Cameron, realizador dos dois filmes mais vistos de sempre na história do cinema - «Titanic» e «Avatar», admitiu que ele próprio teria aconselhado del Toro a abandonar o projecto, já que poderia estar a atrasar toda a sua carreira.
Peter Jackson, realizador de «O Senhor dos Anéis» e que seria o produtor de «O Hobbit», assumiu o lugar de Guillermo, apesar de ter dito, anteriormente, que gostaria que o filme fosse diferente da sua trilogia e, portanto, não seria ele a realizá- lo.
O início das filmagens, depois de muitos problemas e polémicas, está marcado para Fevereiro do próximo ano, na Nova Zelândia.