sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Divulgada a Programação da HobbitCon 2011




Evento que reúne fãs de J.R.R. Tolkien será realizada em novembro

O Conselho Branco Sociedade Tolkien anuncia que a VI HobbitCon 2011 será em São Paulo.

Desde 2004, ano da primeira edição, a HobbitCon tem se firmado como o evento máximo que procura reunir numa mesma cidade associados e pessoas interessadas na obra de J. R. R. Tolkien, como “O Senhor dos Anéis”, “O Hobbit”, “O Silmarillion”, dentre outras, para trocar idéias, confraternizar e se divertir com atividades relacionadas à sua obra.

No dia 13 de novembro, abrindo a preparação aos futuros filmes O Hobbit, o evento, em sua sexta edição, tem como tema “Lá e de Volta Outra Vez”. A programação conta com a confirmação de palestras, mesa-redonda, sorteios, concurso de fantasias, apresentações musicais, exposições e área de vendas de produtos de grupos de estudo, fã-clubes e sociedades sob a temática da literatura fantástica e ficção científica.
Além das atividades do dia do evento, um passeio pela cidade de São Paulo está programado, destinado a todos os interessados, mas principalmente para os visitantes de outras regiões.

O ingresso para o dia 13 custará R$ 10,00, além de um quilo de alimento não perecível (com exceção de sal) ou um pacote de ração animal, para cães e gatos. Os alimentos arrecadados serão entregues a entidades assistenciais. Também já está à venda a camiseta-ingresso, no valor de R$ 28,00. O uso da camiseta-ingresso isenta do pagamento da entrada e dá direito a dois sorteios VIPS durante o evento. Quem se interessar pode encomendar a camiseta com  Bia Acerbi (biaacerbi@yahoo.com.br), até o dia 31 de outubro.

A HobbitCon 2011 é uma realização do Conselho Branco Sociedade Tolkien e sua subsede regional Toca-SP. Todos estão convidados.



Programação HobbitCon 2011



10h às 10h10 – Abertura (salão)

10h20 - Sorteio 1 (salão)

10h30 às 12h30 - Mesa Redonda "O Fantástico vai à Universidade" , com
Reinaldo José Lopes – Palestra: "A tecla SAP da Terra-média: importância da tradução na obra de Tolkien"
Paulo Cristeli – Palestra: “Magia e Tecnologia à serviço da Verdade. "O Senhor dos Anéis" e a crítica à modernidade."
Mirane Campos Matos – Palestra: "Tolkien e a Fantasia"
(Auditório)

14h20 - Sorteio 2 + Sorteio VIP (Auditório)

14h30 às 16h30 - Palestra Ministro Ives Gandra Martins Filho: "Os Hobbits: a grandeza dos pequenos da Terra-média" (Auditório)

16h35 às 17h05 - Pocket Show : "Into the West" (Auditório), com
Apresentação com Piano (Cesar Patoulos) e Voz (Regina Rios), exclusiva para a Hobbitcon 2011.

(16h45 - apresentação dos Fantasiados no camarim)

17h10 - Sorteio 3 (Auditório)

17h15 - Concurso de Fantasias – desfile e premiação (Auditório)

17h50 - Sorteio 4 - Sorteio VIP (Auditório)

18h – Encerramento



Serviço:

VI HOBBITCON 2011 – Convenção de Fãs das obras de J.R.R.Tolkien.
Dia 13 de novembro de 2011 – das 10h00 às 18h00
Local: Bunkyo - Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social
Rua São Joaquim, 381, bairro da Liberdade - São Paulo - SP
Próximo à estação São Joaquim do Metrô (Linha Azul)
Ingresso: R$ 10,00 (dez reais) – Crianças até 5 anos não pagam e de 6 a 11 pagam meia entrada. Não haverá meia-entrada para estudantes..


ATENÇÃO: PRÉ-VENDA DA CAMISETA-INGRESSO TEM A DATA LIMITE DE 31/10/2011!

Mais informações: conselhobranco@gmail.com  e
                               http://toca-sp.blogspot.com/search/label/Hobbitcon


Sobre o Conselho Branco Sociedade Tolkien


O Conselho Branco Sociedade Tolkien é uma associação para estudos e divulgação das obras de J.R.R.Tolkien, subdivida em “tocas” espalhadas pelos estados brasileiros. Fundado em 7 de setembro de 2000, visa tornar a obra de Tolkien no Brasil um referencial sobre literatura, mitologia, história e potencialidades humanas. Para isso, promove discussões via internet, encontros presenciais e participa de eventos com a temática de fantasia, RPG e literatura. Promove também eventos baseados em Tolkien, além de aplicar projetos que aprofundam o conhecimento pela obra, além de divertir e entreter seus participantes. O grande evento nacional da entidade, a HobbitCon, terá sua sexta edição em outubro de 2011, em São Paulo. Todo o trabalho desenvolvido pela entidade é gratuito e não-remunerado.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Game: War in the North em português


A Warner Games anunciou que lançará no Brasil o Lord of the Rings: War in North em português - manual e legendas.

Parece que a projeção que o Brasil tem tido lá fora também atingiu os games. Estão percebendo que aqui a coisa também rende... e rende muito.


domingo, 4 de setembro de 2011

Camiseta-ingresso para a HobbitCon 2011


[repassando mensagem do Conselho Branco]


Almarë

Como muitos sabem, em novembro teremos um evento especial.

Desde o início do ano vimos desenvolvendo, numa lista específica, atividades para organizar a VI HobbitCon, que ocorrerá em 13 de novembro deste ano, no Bunkyo (Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social), na rua São Joaquim, 381, bairro da Liberdade (São Paulo/SP), próximo à estação São Joaquim do metrô (Linha Azul).

Estamos com a programação quase fechada (coloco depois aqui a programação preliminar), e nos desdobrando para conseguir organizar tudo para que tenhamos um evento de sucesso e muito divertido.


Já estamos com o modelo da camiseta-ingresso realizado (veja fotos), e prontos para receber encomendas. Neste momento faremos só a camiseta dourada (não faremos a prateada e baby-look), que custará 28 reais (e mais o frete, caso tenha que ser enviada pelos Correios).

Os pedidos deverão ser feitos pelo email: biaacerbi@yahoo.com.br (da Indis), devendo ser feito o depósito numa conta cujos dados ela enviará para quem encomendar.

O pedido deve discriminar o tamanho da camiseta.

A venda das camisetas-ingresso é uma das formas que temos para conseguir recursos financeiros para que possamos efetivamente realizar a VI HobbitCon.



Saudações da
Ambaristyar
Pela Diretoria Nacional do
Conselho Branco Sociedade Tolkien

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Artista jogará 'The Lord of The Rings' preso dentro de uma caixa por sete dias

Um experimento do artista performático Jordan Long começará a chamar a atenção do mundo a partir do dia 1º de julho. Para analisar situações relacionadas ao Transtorno de Estresse Pós-Traumático, Long viajará mais de 3 mil quilômetros dentro de uma caixa, jogando 'The Lord of The Rings'. A viagem vai durar cerca de sete dias.

O artista quer conseguir explicar o porquê de pessoas ficarem em suas casas por horas sem largar o jogo. De acordo com Long, durante seu estudo, ele encontrou muita gente com traumas, que viam nos jogos online uma forma segura de voltar à esfera social.

Artista passará sete dias jogando 'The Lord of The Rings'
Artista passará sete dias jogando 'The Lord of The Rings'

O artista poderá ser acompanhado do dia 1º até o dia 7 de julho pelo twitter @JordanWayneLong, ou por sua página pessoal http://www.jordanwaynelong.com

sábado, 21 de maio de 2011

Concurso Orgulho Nerd

Concurso “Orgulho Nerd” da Toca São Paulo


APRESENTAÇÃO

A Toca São Paulo, subsede regional do Conselho Branco Sociedade Tolkien, apresenta o Concurso Orgulho Nerd da Toca São Paulo, concurso de fotos e casos sob a temática do ambiente “nerd”, a fim de promover novas atividades para os associados da Toca SP e simpatizantes do universo tolkiendili, assim como comemorar o “Dia do Orgulho Nerd” – 25 de maio.

Esse dia, também conhecido como “Dia do Orgulho Geek”, foi criado em 2006 e alude à estréia de Star Wars, em 1977. Mas também é conhecido como o “Dia da Toalha”, fazendo referência direta a Douglas Adams e sua famosa obra seriada “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, nas quais a toalha tem papel importante.

Desde sua criação as celebrações desse dia têm ganhado cada vez mais espaço, tanto no mundo virtual como fora dele.

E a Toca SP quer que você compartilhe como é ser nerd, e o que você faz (ou já fez) nesse dia, ou durante toda sua vida nerd!

As melhores imagens e histórias serão divulgadas e premiadas.

Para participar desse Concurso, tire sua toalha do armário, faça alguma coisa bacana,leia atentamente o regulamento a seguir, e cruze os dedos.


REGULAMENTO

I - Exclusivamente no dia 25 de maio de 2011, a partir da 00h01 (horário de Brasília), será aberto o Concurso Orgulho Nerd da Toca São Paulo. Seu encerramento acontecerá no mesmo dia, 25 de maio de 2011, às 23h59 (horário de Brasília).


II- Poderão participar desse concurso os membros da Toca São Paulo, subsede regional do Conselho Branco Sociedade Tolkien, membros de outras Tocas do Conselho Branco e simpatizantes da Sociedade e das obras literárias de J.R.R Tolkien.

III- Os trabalhos deverão, obrigatoriamente:

a) ter como tema o “Dia do Orgulho Nerd” ou “Dia da Toalha

b) ter o próprio participante na foto ou como personagem principal de um caso relatado.

IV- Os trabalhos deverão ser apresentados como foto ou caso.

a) Fotos deverão ser apresentadas, obrigatoriamente, em formato .JPG (sem parâmetros mínimos/ máximos de resolução), encaminhadas para o email conselhobranco@gmail.com como arquivo anexo (dados do autor deverão ser encaminhados no corpo do email. Vide item VII). Em caso de mais de uma pessoa na fotografia, será considerado “participante” o indivíduo que enviá-la primeiro para o email supracitado.

b) A categoria casos engloba contar uma situação vivenciada pelo participante, no Dia do Orgulho Nerd ou em algum outro momento, relacionado ao seu estilo de vida nerd. Os textos devem ser enviados em arquivo .PDF, contendo até 42* 42 (1764) caracteres, sem contar espaços e título, para conselhobranco@gmail.com (dados do autor deverão ser encaminhados no corpo do email. Vide item VII).

c) É permitido ao participante concorrer nas duas categorias, desde que envie o material em e-mails separados.

V- Serão desclassificados os materiais que não se enquadrarem nos itens anteriores.

VI- Fica estabelecido o período das 00h01 às 23h59 do dia 25 de maio de 2011 para início e término de recebimento do material, respectivamente.


a) Para efeito de recebimento de material, serão consideradas data e hora do email enviado.


VII- Os materiais deverão ser enviados para o email conselhobranco@gmail.com, impreterivelmente dentro do período estabelecido no item VI, e

a) deverão constar no campo “assunto”: Orgulho Nerd – “categoria”, sendo as categorias “foto” ou “caso”. (Ex: Assunto: Orgulho Nerd – Caso ou Assunto: Orgulho Nerd - Foto)


b) no corpo da mensagem deverão constar: nome completo do autor; idade; apelido/nick (se houver); números de telefone (com DDD); email para contato; e endereço postal completo (logradouro, complemento, bairro, cidade, estado e CEP).


VIII- Os materiais recebidos serão avaliados pela Comissão Julgadora, e sua decisão é considerada única e irrevogável.

IX- Os critérios para escolha do melhor material, de cada categoria, são:

a) Toalha(s) como integrante(s) do material - fotografia ou texto.

b) Importância da toalha no contexto do material – fotografia ou texto

c) Criatividade

d) Originalidade

e) Relação com o universo “Tolkien”

f) Relação com o universo “nerd”

g) humor


X- Todos os materiais recebidos e classificados poderão ter sua publicação em quaisquer veículos de comunicação da Toca São Paulo e do Conselho Branco Sociedade Tolkien, sendo que ao participar do presente concurso o autor abre mão de quaisquer formas de benefício a ser recebido por direito ao uso de imagem ou texto.

a) todos os trabalhos que atendam e cumpram o presente regulamento serão considerados classificados.

XI- A Toca São Paulo e o Conselho Branco Sociedade Tolkien serão os titulares dos direitos de exposição, divulgação, distribuição e direitos autorais patrimoniais de todos os materiais recebidos, podendo utilizá-los da maneira que lhes aprouver.

XII – Ficam resguardados os direitos morais inalienáveis do autor sobre a obra. Ou seja, as divulgações apresentarão o nome de seus autores intelectuais.

XIII- Será considerado vencedor apenas o 1º colocado de cada categoria, a quem caberá receber premiação.


a) serão divulgados os 2º e 3º colocados, caso existam;


b) os 2º e 3º colocados, assim como as demais classificações subseqüentes, não terão direito à premiação.

c) em caso de recebimento de somente uma inscrição válida em determinada categoria, a categoria não terá vencedor, assim como premiação, e a divulgação será feita em caráter de “menção honrosa”.


XIV – Os primeiros melhores trabalhos de cada categoria receberão, cada um, um prêmio surpresa, relacionado ao universo nerd. A premiação será realizada durante um Encontro Quinzenal da Toca São Paulo, a ser divulgado com antecedência para os premiados e nos canais de comunicação determinados pela Diretoria Regional da Toca São Paulo.


a) caso o vencedor não seja residente da cidade de São Paulo, ou que por quaisquer circunstâncias não possa estar presente durante o referido Encontro Quinzenal, o prêmio será enviado via correio.

b) somente podem participar deste Concurso pessoas residentes no Brasil.

XV- Somente serão aceitos os trabalhos que obedeçam as regras desse Regulamento.


XVI- A participação no Concurso Orgulho Nerd da Toca São Paulo de membros da Diretoria Nacional do Conselho Branco Sociedade Tolkien e membros da Diretoria Regional da Toca São Paulo serão consideradas em caráter hors concours.


XVII- Dúvidas deverão ser encaminhadas, previamente ao período mencionado no item VI desse Regulamento, para o email conselhobranco@gmail.com.

XVIII – Os casos omissos ao presente Regulamento serão resolvidos pela Comissão Julgadora, composta por membros da Diretoria Regional da Toca São Paulo, em caráter soberano, incontestável e irrevogável.

XIX – Ao participar do Concurso Orgulho Nerd da Toca São Paulo, ou seja, enviar material para concorrer à premiação, o participante automaticamente declara aceitar todos os termos do presente Regulamento, para efeitos legais.

Comissão Julgadora

Diretoria da Toca São Paulo

Conselho Branco Sociedade Tolkien

20 de maio de 2011

segunda-feira, 21 de março de 2011

Começam as filmagens de O Hobbit

[do site UOL]


SYDNEY, Austrália - O diretor Peter Jackson começou nesta segunda-feira na Nova Zelândia a filmagem de "O Hobbit", prelúdio da trilogia "O Senhor dos Anéis", após superar meses de contínuos atrasos, informou o cineasta em comunicado.

O diretor neozelandês, de 50 anos, afirmou que o elenco - liderado por Martin Freeman como o hobbit Bilbo Bolseiro e Ian McKellen no personagem do mago Gandalf - ficou assim fechado para os preparativos do filme.

Elijah Wood, Christopher Lee, Cate Blanchett e Orlando Bloom repetirão os mesmos papéis que encarnaram em "O Senhor dos Anéis", ganhador de um total de 13 Oscar.

Problemas de financiamento, um esforço de greve de atores e uma úlcera de Jackson puseram em xeque a produção, que constará de duas partes, com um orçamento de US$ 500 milhões. Devido aos atrasos, o diretor mexicano Guillermo del Toro se retirou em maio de 2010 da co-produção da New Line Cinema e Metro Goldwyn Meyer, embora tenha continuado com sua colaboração na elaboração dos roteiros.

Em outubro de 2010, as produtoras estiveram a ponto de levar a filmagem para outro país, após os problemas salariais com os sindicatos de atores locais, mas o Governo neozelandês intermediou e aceitou modificar a lei trabalhista para salvar o projeto.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Tolkien: uma obra póstuma

Nietzsche uma vez declarou considerar-se um autor póstumo. Dizia que sua obra seria lida e compreendida em um século e não enquanto fosse seu tempo de vida. Tinha razão parcial: hoje as pessoas o lêem e até o admiram, mas poucos o entendem de fato e não consigo compreender todo o respeito que recebe. Mas, enfim, não é sobre Nietzsch que quero falar.Como muitos sabem, sou fã-paga-pau de muitas pessoas no mundo cultural. Mas, sou fã-especialista de poucas coisas nesse mesmo mundo cultural. Uma delas é Tolkien. Embora eu não manjo tanto de Tolkien como eu gostaria, ainda assim sei pesquisar muitas fontes dentro de sua obra. Por essa razão, quero falar sobre sua obra póstuma (alardeada, muitas vezes, como maior que sua obra em vida).J. R. R. Tolkien nasceu na Africa do Sul em 1892, mas em poucos anos sua família voltou para a Inglaterra. Aapaixonado pelas antigas de seu país e pela "pobreza" (?) mitológica do passado de toda a Grã-Bretanha, decidiu construir canções e contos épicos para preencher essa lacuna. Claro que ele escreveu outras coisas, mas desde cedo seu foco foi o que viria a se tornar o medlo de fantasia medieval e uma das obras mais consumidas de todos os tempos.Suas primeiras publicações, ainda no início da década de 10, foram alguns poemas não muito conhecidos ou importantes: "Battle of the Eastern Fields", "From the many-willow'd margin of the immemorial Thames", "Goblin feet" (para sua então namorada e futura esposa), "Happy Mariners", "The hoard"(numa versão em inglês arcaico), "City of gods", "The errantry", "Dragon's visit" e alguns outros. Muitos dessas obras foram compiladas no livro "As aventuras de Tom Bombadil", de 1962. Nesse livro, constam 16 poesias sobre a terra-média, supostamente compostas pelos hobbits Biblo Bolseiro, Frodo Bolseiro ou Sam Gamgee.Esse "Aventuras de Tom Bombadil" (inédito no Brasil, mas em edição portuguesa desde a década de 80) veio para suprir a falta que o público sentia de mais eventos na terra-média. Tolkien e seus editores, prefeririam lançar o "Silmarillion", contando toda a história da criação do mundo e a primeira era do Sol, mas o livro nunca ficava pronto. Agora, perguntem-me, que falta é essa que o público sentia?Em 1930, Tolkien começou a escrever o que se tornaria "O Hobbit", lançado sé em 1937. O livro infantil fez um estrondoso sucesso e a editora decidiu que Tolkien deveria continuar a narrar aventuras de hobbits na Terra-média. Assim, ele pensou e começou a escrever "O Retorno da Sombra", misturando hobbits com a mitologia que estava criando para a Inglaterra. Essa mitologia vinha sendo escrita desde 1914 com o título de "Book of Lost Tales". Tolkien terminou de escrevê-la em 1923, mas pensou que poderia melhorá-la e fazer dela um mitologia para os primeiros dias do mundo como um todo, e não do seu país. Dessa forma, todas as mitologias deveriam estar contidas ali, bem como todos os heróis e histórias. Por essa razão, tornou a reescrever tais contos, chamando-os de "Silmarillion"."O retorno da Sombra" contaria a história de uma viagem de Bilbo Bolseiro em busca de mais dinheiro. Mas, espere, seu dinheiro não tinha acabdo! Ok, então, Bilbo viajaria pelo Grande Mar. Mas, por quê? Então, que tal se o Condado fosse atacada por um exército de dragões? Não ficaria bem, Tolkien precisava de outra história...Foi então que se lembrou de haver altos-elfos no "Hobbit". E havia necromantes e jóias mágicas. E, o que mais aquele anel que Bilbo pegou de Gollum poderia fazer? Assim, "O Retorno das sombras"cresceu e mudou de nome. "O Senhor dos Anéis" tomaria rumos ainda muito diferentes. Gollum, de amigo passaria a vilão; os ents, de traidores passariam a amigos; Passolargo, de hobbit passaria a rei de Gondor, etc, etc etc..."O senhor dos anéis" se tornou "A sociedade do anel", "A traição de Isengard" e "A guerra do anel", ops... tudo mudou mais uma vez até se tornar "A sociedade do anel", "As duas torres" e "O retorno do rei". E assim, em 1954, depois de quatro anos de seu término, a trilogia mais famosa da literatura foi publicada. Porém, e entre 1937 e 1954, o público abandonou a Terra-média?Sim e não. A editora impaciente com a demora de tolkien em terminar a continuação do "Hobbit", comprou os direitos de outras obras infantis ou de fantasia de Tolkien: "Folha, de Niggle" (de 1945), "Mestre Giles de Ham" e "Ferreiro de Wooton Major" (ambos de 1949). Esses excelentes contos nada falam sobre a terra-média (talvez, os dois últimos, em especial o último, esbarre um pouco naquele universo), mas fizeram um sucesso relativo na época em que foram lançados permitindo que um livro infantil ilustrado fosse lançado: "Mr. Bliss" (igonarado por muitos fãs do autor, por se tratar de carros explodindo e asfixiando as pessoas em Oxford).Se o "Silmarrilion já vinha sendo reescrito a partir da década de 20 até o início da década de 30, com a retomada de Tolkien ao universo do "Hobbit", era hora de começar a escrever pela terceira vez o corpo histórico da Terra-média (agora, sob o nome "Qenta noldorinwo"). Essa foi a única versão que Tolkien completou do "Silmarillion", mas ela só veria a luz décadas depois. Por que? Por que Tolkien, obsessivo e perfeccionista como era, se aprofundou mais uma vez dentro do mundo que desenvolveu e resolveu que "Senhor dos Anéis" continha ingongruências com o "Qenta noldorinwo". O que ele fez? Simples e óbvio: começou a reescever o "Silmarillion". Essa seria a quarta (!) e última vez.Mas Tolkien simplesmente não conseguia chegar a um fim. As línguas do elfos mudavam, logo os nomes e as histórias dos nomes mudavam; mais histórias chegavam e precisavam ser incorporadas; os hobbits, magos, anéis e ents precisavam fazer parte daquele passado de alguma forma; toda a série de poesias sobre a Primeira Era precisava se tornar uma prosa coerente; as sagas da Segunda e da Terceira Era precisavam de espaços e motivos para acontecerem; etc, etc etc...E Tolkien ainda tinha uma família, tinha um emprego, tinha amigos, tinha uma vida. Não podia só ficar escrevendo. Mesmo assim, ele escrevia sem parar. Escrevia ensaios sobre lembas, anais históricos da segunda era ou de Valinor, escrevia contos de viagens no tempo onde alguém via a queda de Númenor ou participava da última aliança entre homens e elfos contra Sauron, escrevia contos sobre os homens-selvagens da Terra-média, escrevia sobre os deuses ou a forma do mundo, escrevia sobre os Magos, escrevia sobre as viagens de Galadriel, etc etc etc... Até que, reuniu cinco contos que contava para seus filhos quando criança e publicou "Roverandom" (sobre um cachorro que viaha ao fundo do mar e à Lua). Também publicou críticas e ensaios sobre contos de fadas e narrativas épicas em versos. Publicou traduções de "Beowulf", "Sir Gawain" e "Beorthnoth". E ainda, em 1967, escreveu alguns textos para acompanhar o livro "Road goes ever on" de Donald Swann, com partituras musicando poemas do "Senhor dos Anéis".Claro que Tolkien morreria sem acabar "O Silmarillion" em 1973. Também deixava inacabado outros contos e romances, como "The New Shadow" (continuando o "Senhor do Anéis"). Havia ainda "Tal-Emar", um romance sobre a segunda era, inacabado, bem como uma novelização do conto de Túrin Turambar, filho de Húrin.E o que aconteceu com todo esse material? Para muitos, nunca exisitiu de fato (mas foram inventados pelo filho Christopher Tolkien). Para aqueles que leram a biografia de Tolkien e suas cartas, sabe-se que esse material ficava engavetado na garagem de sua casa na rua Sandfield Road, 66. Assim, em 1977, depois de anos ajudando seu pai e anos compilando suas notas espasras após a morte, Christopher Tolkien publicou "O Silmarillion". A obra estava completa e acertada (alguns pontos form resumidos por estarem incompletos, outros foram juntados com as versões antigas por estarem incoerentes). A obra estava completa (reafirmo): "O Hobbit", "O Senhor dos Anéis" e "O Silmarillion". Ou, em ordem cronológica, "O Silmarillion" (contando os primeiros dias do mundo), "O Hobbit" (fazendo um curioso interlúdio para) "O Senhor dos Anéis" (mostrando como acabava os tempos antigos de nosso mundo).Depois disso, em 1981, Christopher mostraria ao mundo os "Contos Inacabados de Númenor e da Terra-Média", reunindo todos os ensaios, contos e versões que tolkien pretendia ter terminado enquanto em vida mas não terminou. Porém, ainda faltava algo, e de 1987 até 1999, a série "History of Middle-Earth" (ou HoME, para os íntimos) foi lançada em 12 volumes que revelava todo o processo de criação de Tolkien, bem como todas as versões de suas obras (incluindo os primeiros "Silmarillion"s, o que poderia ter sido o "Senhor dos Anéis" e contos e ensaios abandonados e inéditos, revelando muito do que poderia ter sido a segunda ou a quarta-era da Terra Média).Bem, o texto é grande e findo aqui dizendo que Christopher ainda publicou o romance completo de Turin Turambar (sob o nome de "Filhos de Húrin", de 2006, ainda inédito no Brasil mas com edição portuguesa). Christopher ainda, diz que já encontrou pequenas anotações que não serviriam o suficiente para um "Contos Inacabados 2" ou HoME 13. Agora, ainda há quem não acredite ser tolkien o autor desses 15 livros póstumos. Entretanto, qualquer um que estude com cuidado o assunto e veja cartas e entrevistas de quando Tolkien estava vivo, sabe da realidade dessa obra póstuma (de fato, maior que a em vida). Além disso, se fosse uma invenção caça-níquel (como comumente se vê com outros autores), poderíamos dizer que Christopher a faz muito bem feita!

"O hobbit": livro problema (?)

Em mais um texto longo sobre algo relacionado a literatura (dessa vez sobre Tolkien, pra variar), resolvi falar tudo o que sempre achei sobre "O hobbit", o primeiro romance completo e publicado de Tolkien. O livro (que chegou ao Brasil só em 1997, mas existia em português desde 62), viu a luz das livrarias inglesas no dia 21 de Setembro de 1937 (equinócio de outono no hemisfério norte e de primavera no hemisfério sul). Coincidentemente, um dia antes do aniversário de Bilbo Baggins (protagonista do livro) e Frodo Baggins (sobrinho de Bilbo e protagonista de uma outra obra)."O hobbit" conta a história de como o mago Gandalf (sim, aquele) convence o pacato hobbit Bilbo a se juntar em uma aventura com 13 anões (um deles é parente daquele tal Gimli). Sem entender muito bem do que se trata, Bilbo quebra os costumes do Condado (lar de muitos hobbits respeitáveis) e aceita o convite. Bilbo sabe que há algo sobre matar um dragão e recuperar um tesouro que ele roubou dos anões. Bilbo também sabe que se ele sobreviver e ele pode receber uma parte do ouro. Só. Ele não sabia que iria enfrentar trolls e orcs, ou se encontrar com elfos, ou se envolver num guerra entre povos.Bilbo também não sabia que iria encontrar um anel mágico e lutar contra aranhas gigantes (coisa que seu sobrinho um dia faria, também, em uma outra obra). E é assim que Bilbo se encontra com o sábio Elrond meio-elfo em Valfenda, cruza as montanhas sombrias onde os anões ergueram uma tal de Minas Moria ou as Floresta das Trevas onde um tal de Legolas mora (assim como um Necromante conhecido como Sauron e seus nove cavaleiros negros, dentro de uma torre).Vejam como toda a história de Bilbo iria levar até a história de Frodo, no "Senhor dos Anéis", certo? Errado (mais ou menos). A começar pelo Anel. É dito que Bilbo, por razão de uma esconhecida força maior, engana a criatura Gollum num antigo sagrado jogo de advinhas (tão respeitado e praticado pelos hobbits), ao que desperta a ira de Gollum. Depois de conseguir fugir das garras do adversário, é dito que Bilbo nada conta sobre seu recém adquirido objeto mágico para Gandalf ou para os seus companheiros anões.E é aí que se encontra o grande problema. O primeiro deles, na verdade. Lembram que há pouco falei sobre Legolas, Moria e Sauron? Pois bem, nada disso é dito no livro. Apenas quando se lê o Senhor dos Anéis ou se estuda outros textos do Tolkien, é que sabemos sobre isso. Isso não é necessariamente um problema, calro, mas faz parte de um problema maior. "O hobbit" não se passa na Terra-Média. Pôlemico? Bem, quem afirma é o próprio Christopher Tolkien (filho do Homem e autor dos melhores estudos e compilações inéditas do pai).Explico. "O hobbit" começou em fevereiro de 1930, quando Tolkien corrigia umas provas em Oxford. Um de seus alunos entregou-lhe uma página em branco e Tolkien aproveitou para rascunhar uma frase que estava em sua cabeça desde manhã: "Num buraco no chão vivia um hobbit...". E Tolkien quis saber o que era um hobbit. Para responder a essa pergunta, pelos próximos 4 anos contou as aventuras de Bilbo Baggins para entreter seus filhos e sua esposa nas noites frias e desocupadas. O então pequeno Christopher achava que o pai devia escrever tudo aquilo para não se esquecer. E assim, durante mais 2 anos, tolkien escreveu "O hobbit, ou: lá e de volta outra vez", com nomes, eventos e humors retirados da cultura islandesa.No ano seguinte, por insistência do amigo C. S. Lewis (o criador de Nárnia), Tolkien mandou o manuscrito para uma editora (Harper-Collins) e publicou sua primeira obra. Tratava-se de uma obra infantil de fantasia, um conto de fadas. Isolada de todas as outras criações, Tolkien apenas salpicou alguns elementos de sua obra principal no "Hobbit". (Devo lembrar-lhes que a orba principal a qual me refiro é "O Silmarillion", conforme expliquei em um post anterior; uma obra que tentaria criar toda uma mitologia para a Inglaterra e consequentemente para os Dias Antigos do mundo todo).Assim sendo, no "Hobbit", Tolkien citou os Alto-Elfos (Noldor), o Necromante (Sauron), Azog (o capitão orc que destruiu Moria), Elrond e, principalmente, a Pedra Arken: o tesouro mais cobiçado pelos anões (Pedra Arken em inglês antigo é Eorclastnas, um dos nomes que Tolkien deu para as Silmarils, a peça fundamental na qual gira "O Silmarillion"). Então, quando os editores pediram que Tolkien escrevesse mais histórias sobre hobbits, uma vez que o publico pediria, ele resolveu continuar a história a partir desses elementos mais antigos.Dessa forma, se "O Silmarillion" trata dos Primeiros Dias, "O senhor dos anéis" trata dos Últimos Dias. Um continuaria o outro (Tolkien até mesmo cogitou lançar os dois livos num volume só, mas os editores não quiseram arriscar e Tolkien não conseguiu acabar "O Silmarillion"). Agora, "o hobbit" fazia parte das histórias da Terra-Média, ams apenas como um prólogo que liga uma obra a outra.Para tanto, Tolkien precisou fazer uma pequena modificação: como o Anel foi parar na mão de Bilbo. Ele não pretendia escrever histórias sobre a Segunda ou Terceira Eras da Terra-Média. Ele se quer cogitava a existência de tal coisa. "O Silmarillion" tratava sobre os dias antigos e só, nada mais. A idéia de continuar a mitologia (até o ponto em que chegou) veio com uma mudança de tom e sentido no "Hobbit". Quem leu (ou vier a ler) "O hobbit", perceberá como a narrativa é inffantile cheia de piadinhas bobas como a origem do golfe ou o pensamento de uma raposa ou as canções jocosas dos elfos. Mesmo a primeira parte do "Senhor dos Anéis" tem esse clima (exceto que os elfos não se embebedam na "Sociedade do Anel"). Conforme as coisas crescem e a ameaça se torna real, o humor das obras fica mais sombrio e sério.Até no "Hobbit", quando uma batalha é travada por mesquinharia e personagens morrem. Mas, até esse momento, todo o livro deveria ser alegre e inocente. Deveria, mas não o é. Onde? No momento em que Bilbo se apossa no Anel. Por quê? Por que ali vemos a influência dos contos antigos da Primeira Era e os presságios de como acabarão a Terceira Era. Sauron age nas ganâncias de Bilbo e de Gollum. E como já devo ter dito, nem sempre foi assim.Quando Tolkien releu "O hobbit" para um nova edição, antes do lançamento do "Senhor dos Anéis", ele precisou se conter para não reescrever o livro todo (para uma terceira edição em 47)! Por sorte, ele apenas modificou o capítulo 5, cuja idéia inicial era a seguinte: Bilbo, perdido na escuridão da caverna dos orcs, encontra a criatura Gollum, com quem joga advinhas para passar o tempo. Como Bilbo ganha honestamente no jogo, Gollum o leva até a saída da caverna e (pasmem!) lhe dá de presente um anel mágico que o deixa invisível. Bilbo se despede jurando visitar o novo amigo um dia...Imagino que agora tudo começa a ficar claro. Quando Tolkien escreveu "O hobbit", ele não imaginava uma Guerra do Anel, um rei caído de Gondor, uma traição do Mago Branco ou uma partida dos elfos de volta para Valinor. Da mesma forma, quando Tolkien escreveu "O Senhor dos Anéis", ele não ligou muito para explicar sobre relógios, golfe, trolls falantes, elfos festeiros, gigantes de pedra, animais falantes, a Pedra Arken ou mesmo os próprios hobbits. Claro, que para ("quase") tudo isso foi encontrado uma solução. Mas, tais soluções é que geram tantos problemas.E que problemas! A Terra-Média não tem gigantes, mas quem são aqueles gigantes de pedra? Alguns vão dizer que são as montanhas vistas contra uma tempestade, mas Tolkien lhes dá movimentos e feições. PODEM SER trolls, uma vez trolls que são corrupções de ents e ents PODEM TER SIDO chamados de gigantes verdes no início do "Senhor dos anéis". E, falando em trolls, os trolls falantes e pensantes no "Hobbit" PODEM SER olog-hai, ou meio-trolls. Entendem a dificuldade? E tem mais...A pedra Arken não era uma Silmaril (ponto, não se discute mais). Assim como os elfos bebrem, cantarem e rirem demasiadamente se trata apenas de como Bilbo os interpretou ao escrever seu livro (uma solução simples: considere "O hobbit" e "O senhor dos anéis" como uma obra narrada por Bilbo, Frodo e Sam). E, falando nos hobbits, de onde eles vieram? Ah, DEVE TER SIDO uma transformação dos humanos que viviam as margens dos rios no norte.Com tantas diferenças entre uma obra e outra, fica fácil entender por que muitos não consideram "O hobbit" como fazendo parte dos contos da Terra-Média. Agora, com basse nisso, é curioso pensar que o único livro sobre a Terra-Média escrito e completado pelo próprio punho do tolkien, espontâneamente (ou seja, sem cobrança ou pedido da editora e sem ser editado póstumamente) seja "O hobbit": o único livro de Tolkien sobre a Terra-Média que não trata sobre a Terra-Média em si, de verdade.Para maiores esclarecimentos, consultem os dois volumes do "The history of the Hobbit" (1: Mr. Baggins & 2: Return to Bag-End) do autorJohn D. Rateliff. Esse livro foi publicado em junho de 2007, mas não chamou a atenção devido ao fato de que no mesmo ano o Christopher Tolkien editava uma obra inédita do pai ("Children of Húrin"). De qualquer forma, esse livro foi encomendado pelo próprio Christopher na década de 80. Naqueles tempos, Christopher estava ocupado coletando, editando e publicando a série "History of Middle-Earth" (conforme expliquei no outro post, uma série de trabalhos e versões abandonados por Tolkien) e ele considerava que os materiais a cerca do "Hobbit" não se encaixavam na série HoME. Antes do lançamento, contudo, Christopher verificou a aprovou todo o conteúdo de esboços, desenhos, rascunhos, notas, versões alternativas e extensões abandonadas do "Hobbit" contidas nos dois volumes de John D. Rateliff. E assim acaba, para quem conseguiu ler até aqui, esse tópico cheio de informações 'inúteis' mas de grande interesse para os admiradores da obra de Tolkien (assim imagino), pois "tudo está tão bem quando acaba melhor", de acordo com o senhor Bilbo.

A viagem de Earendil e a criação de Arda pelos versos

Na infância de Tolkien, os nomes dos trens eram em galês antigo. Aquela língua o encantou. E continuou encantando até que, casualmente, comprou um livro em inglês arcaico (ou gótico). Foi um amor instantâneo pelo som daquelas misteriosas palavras que despertaram seu futuro como filólogo. Através desse estudo de línguas, conheceu poemas em línguas antigas e acabou travando contato com obras como “Beowulf”, “Sir Gawain and the Green Knight”, “Sir Orpheu” e “Pearl”. Também travou contato com os Eddas (da Islândia) e com o Kalevala (da Finlândia). Foi com um parco contato com a língua finlandesa que decidiu inventar sua própria língua. Foi com os mitos finlandeses que decidiu contar a história de Turin Turambar (uma versão do mito de Kulervo).Além de Kulervo, decidiu contar a clássica história da Humanidade em que os deuses punem um povo superior por sua arrogância e audácia, afundando a ilha em que moram. Tolkien costumava ser assombrado pelos pesadelos com Atlântida em muitas noites (assim como o medo de aranhas desde que uma caranguejeira subiu em seu berço). Assim nascia a história da queda de Gondolin. E apesar dessa história, junto com a de Turin, ter sido a primeira lenda imaginada para compor sua obra (então o “Book of lost tales”, que viria a ser conhecido como “Silmarillion”), ela se situava ao final da epopéia.A obra que se situaria no centro de todos os eventos, era sobre Lúthin Tinúviel e Beren o maneta. Esta história surgiu do amor de Tolkien por sua mulher Edith. Eles freqüentavam um parque cujos caminhos eram ladeados por árvores. Tolkien ria de alegria ao ver a graciosidade com a qual Edith dançava e cantava, assim como Beren (um humano) se apaixonou pela comprometida princesa élfica Lúthien ao vê-la cantar e dançar. Tolkien também escrevera um poema sobre isso, chamado “Goblin’s feet”.E os poemas foram as bases para a obra de Tolkien e o nascimento da Terra-Média. A queda de Gondolin teve mais de 2000 versos antes de ser bruscamente interrompido. A balada de Beren e Lúthien (ou “Leithian”) teve quase 4000 versos sem nem ter chegado à sua metade. Esses e outros versos podem ser conferidos no terceiro volume da série HoME (comentada em um post anterior): “Lays of Beleriand”. Vocês também podem encontrar trechos deles no “Senhor dos Anéis” ou nas “Aventuras de Tom Bombadil”. Por exemplo, a canção que Bilbo sobre Earendil.E foi a história e Earendil que poderia ter dado início a Terra-Média. De fato, a idéia de Tolkien de recontar a história mitológica da Grã-Bretanha se deu nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial, por volta dos anos 1917 a 1919. Mas, antes disso, em 1914, quando Tolkien terminava seus estudos, se deparou com um grupo de poemas anglo-saxões chamados “Crist”, de um autor chamado Cynewulf. Dois versos da obra eram : “Eala Earendel engla beorhtast/ ofer middangeard monnum sended”, (“Salve, Earendel, mais brilhante dos anjos/ sobre a terra do meio mandado aos homens”).Earendel era João Batista, de fato, mas também era um nome para a estrela do mar, a estrela da manhã: Vênus. E embora ainda não tivesse adotado nomes tirados da literatura islandesa para sua obra (pois sequer possuía uma obra), o nome terra do meio (‘Terra-Média’, ou “middangear”, “midgard”) o atraíra, também. Então, antes de adotar o nome de Earendil, Tolkien escreveu um poema sobre as viagens de Earendel em seu barco pelas estrelas: “The shores of Faery”. Nascia aí a Terra-Média, o Quenta Silmarillion e a Saga do Anel. Nascia sem ser planejado e antes da hora e Tolkien, como o pai, viria a ser o último a saber, claro. Nascia em versos, como Beleriand, Arda ou Valinor, nascia em versos como conta o "Silmarillion".

Tom Bombadil e o Homem da Lua

Muitas são as lendas, mitos e contos folclóricos a respeito da Lua. Só na Inlaterra, encontramos um fazendeiro que vive por lá, um cavaleiro matando um dragão e muitas outras. Tolkien, que tanto queria recriar a mitologia britânica, não deixou escapar a oportunidade e, por essa mesma razão, trouxe o homem da lua para seus contos. Não exatamente um homem... Tilion era um maia, um servo angelical dos valar. Era Tilion quem ocupava a vaga de timoneiro da embarcação ou da carruagem da Lua, sempre seguindo Árien, a navegadora do Sol. Tilion, apaixonado por Arien, seguia um curso instável quando renascia no leste depois de passar por baixo da terra, mas isso não vem ao caso.
Arien não só ocupava o brilho das antigas lâmpadas ou das árvores que foram destruídas por Melkor, no início dos tempos, antes dos homens nascere. Arien também foi a motivação para que um personagem folclórico surgisse na obra de Tolkein. Em toda a obra, literalmente. O Homem-da-Lua é um personagem recorrente que pertence a universo algum. Tanto habita a Terra-média como outras histórias sobre o nosso mundo, conforme veremos.
A primeira referência pode ser encontrada no "Senhor dos anéis", quando os hobbits cantam sobre ele no Pônei Saltitante, aquela estalagem em Bri. Aquelas mesmas canções, podems er encontradas no livro "As aventuras de Tom Bombadil". Lá, em dois poemas ambos atribuídos a Bilbo, ficamos sabendo como o Homem-da-Lua veste prata e de prata é sua barba e seu cabelo. De prata é a chava que abre as portas de marfim que leva até a escada que desce ora sobre um monte, ora sobre o mar. E o Homem-da-Lua, adornado com pedras preciosas sente falta de cores e de comida, mas costuma mesmo é descer cedo para beber da melhor cerveja, mas nunca no Yule (o natal, para quem ainda não sabe), pois ninguém lhe abre protas no frio. Sabe-se, também, que às vezes bebe demais e tem acordar muito cedo, de ressaca, apra voltar para Lua antes do dia nascer (o que uma vez acabou por deixar que uma vaca chegasse até a Lua).
Uma história tão hilária assim, não poderia ficar restrita a um livro adulto, como "O senhor dos anéis", portanto, não é de se espantar que o encontremos em "Roverandom", aquele livro que Tolkien escreveu apra seu filho Michael, quando este perdeu seu cachorro de brinquedo. O livro conta como um cachorro é transformado em brinquedo e acaba por viver grandes aventuras no fundo do amr e até na Lua, onde mora um dragão e um feiticeiro (que tem algo de Gandalf, assim como os outros feiticeiros da história). Mas, o mais curioso é que entre espinheiros e aranhas (em citações a Shakespeare e alguns contos de fadas), o cão Rover encontra um outro Rover (um cão-da-Lua) e o próprio Homem-da-Lua, que o ajuda a descer para o mar (uma vez que há um caminho que liga o mar até a Lua). E, se não bastasse isso, entre outras coisas, sabe-se como foguetes de festa escureceram a Lua e permitiram um eclipse (fato que, de fato, ocorreu enquanto Tolkien escrevia a história).
Qual a importância dese eclipse? Bem, nas "Letters from Father Christmas", o Homem-da-Lua desce para Terra por conta de uns foguetes que escureceram a Lua e permitiram o eclipse. Esse livro, na verdade, se trata de uma compilação de cartas que Tolkien escreveu para seus filhos por mais de vinte anos, como se fossem de autoria do Papai Noel. Um livro sensível e divertido, com várias histórias e ilustrações, que tem como personagens principais o Papai Noel, Polka um urso polar, orcs malignos e um elfo ajudante do Papai Noel chamado Ilbereth. Um nome muito semelhante a Elberteh, não é mesmo? Elbereth foi um dos nomes dado a Varda, uma vala cujo título significa "Rainha das estrelas".
E entre tantas referências que Tolkien fazia a Terra-Média em suas obras infantis, somos levados a esbarrar em poemas e brinquedos. Dessa forma, fica claro que o final dessa jornada seria Tom Bombadil, talvez o personagem mais enigmático do "Senhor dos anéis". Durante três apítulos do livro (que o próprio autor descreveu como fora do clima e da própria história), travamos contato com esse personagem brincalhão e alienado, que parece só querer cantar e conlher nenúfares para sua esposa (a também enigmáica Fruta D'ouro). Tranjando botas amrelas, jaqueta azul e um chapéu de abas largas com uma pena de ganso (vestimenta quase idêntica ao mago da areia Psmathos Psmathides, do "Rovernadom"), tudo o que ficamos sabendo sobre Tom Bombadil é que ele não é nem humano e tão pouco um hobbit. Pertence a raça alguma é o senhor da Floresta Velha. Por alguma razão, a guerra do Anel não o interessa e sequer Sauron ou o Anel surtem algum efeito mínimo sobre ele. Tom Bombadil está na Terra-Média desde o início e provavelmente será o último morrer, sendo, portanto, o mais velho (como o chamam os elfos).
Curioso por mais informações no intuito de descobrir quem, afinal, é Tom Bombadil, qualquer leitor pode procurar "As aventuras de Tom Bombadil". Entretanto, as divertidas poesias que se encontram lá, nada ou quase nada acrescentam para resolver o mistério. Na verdade, só ficamos mais curioso a respeito desse personagem que desafia os (possíveis) huorns que vivem em suas terras, bem como as aparições de príncipes Cardolans mortos e traidores, enterrados na COlina dos Túmulos, tão perto da Floresta Velha. Sabemos também como ele se encantou imediatamente pela Fruta D'Ouro e fez de tudo para consquistá-la e lhe dar um linda cerimonial e vida de casamento. E os dois parecem ser felizes juntos, principalmente quando sozinhos. Muito embora, Tom Bombadil, que canta sobre si mesmo, faça visitas a alguns amigos animais e ao fazendeiro Maggot (aquele mesmo que cria cogumelos e que perseguia Frodo quando criança). A dúvida a mais que surge é: o Rio é um homem ou uma mulher? Não fica claro em nenhum momento, mas muita coisa aponta as duas possibilidades. Sobre annimais falantes, isso pode ser visto no "Hobbit" e no próprio "Senhor dos anéis".
Então, como resolver Tom Bombadil? Tolkien já disse que ele não é um valar ou o próprio criador Eru Iluvatar. Ninguém mais ousa considerar a hipóteses metafísica de Tom Bombadil fosse o próprio Tolkien. Então, só nos resta fazer um resgat de como o personagem foi criado. E, mais uma vez, um brinquedo do filho Michael entra na história. Era um boneco holandês com uma pena no chapéu. Certa vez, o filho mais velho de Tolkien, John, por não gostar desse boneco, jogou-a na privada. mas, Tom Bombadil conseguiu ser salvo e se tornou o herói de uma história que iria encantar toda a família. A história se passava nos dias do Rei Bonhedig (que ninguém tem a menor idéia de quem seja) e... bem, a história acabava aí. Depos disso, Tom Bombadil virou o personagem de um poema ("As aventuras de Tom Bombadil") em 1932, anos antes de Tolkien pensar em escrever sobre hobbits ou anéis mágicos.
Entretanto, sem nenhum elemento da sua Terra-Média ou do seu "Silmarillion", Tolkien ofereceu os poemas e aventuras de Tom Bombadil (que iriam muito mais longe do que foi) como uma possível continuação para o "Hobbit", mas os editores não ficaram entusiasmados. Tolkien compreendia, assumindo que Tom Bombadil, na verdade, representava o espírito da região campestre de Oxford e Berkshire, que já haviam chego a sua ascensão e agora minguavam. De qualquer forma, aqui vemos, mais uma vez, como de fato Tom Bombadil era o senhor de um lugar e de um tempo, sendo o próprio lugar e o o próprio tempo, na verdade. Assim, Tom Bombadil é a Floresta Velha (enquanto Fruta D'Ouro é o rio Voltavime que cruza a floresta, da mesma forma que Caradhras, aquela montanha ranzinza que ataca a Sociedade do Anel).
Portanto, assim como Tolkien inseriu diversos elementos de sua mitologia particular nas suas obras paralelas (conforme apontei no tópico sobre o "Hobbit"), parece que ele também aproveitou e inseriu elementos d eoutras obras suas naquelas relativas a sua mitologia (conforme também se iniciou a discutir no post sobre o "Hobbit"). Então, entre brinquedos e histórias para família, entre folclore e poesias, a Terra-Média (e toda a obra de Tolkien) é constituída disto: de Tom Bombadil e de Homem-da-Lua.